Ponte de Sor - Dyn’Aero entrou em insolvência
De acordo com o diário, a empresa instalada naquela cidade alentejana desde 2001, recebeu 1,7 milhões de euros da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), para desenvolver um projecto inovador para construir um avião completo.
O grupo francês preparava-se agora para receber um novo fundo, desta vez da Agência da Inovação. Considerada empresa inovadora, com projectos badalados (como a construção de um avião com componentes em cortiça), a Dyn’aero viu-se obrigada a requerer a insolvência ao Tribunal do Comércio de Lisboa, alegando "que não tem meios financeiros suficientes para proceder ao pagamento das obrigações vencidas", lê-se na sentença judicial de 26 de Agosto.
O grupo já tinha recorrido ao lay-off, suspendendo temporariamente 60 trabalhadores, mas a medida não terá sido suficiente para sanar as dívidas.
O grande credor é o Estado, através da Agência para o Inves-timento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que "apoiou o projecto com uma verba de três milhões de euros", dos quais apenas 1,7 milhões foi pago, porque a empresa começou a não cumprir os objectivos, disse o presidente da AICEP, Basilio Horta.
Os incentivos pressupunham o cumprimento dos requisitos contratualizados. Como não os cumpriu na totalidade, a Dyn’aero foi instada a devolver parte do dinheiro (cerca de 1,2 milhões de euros) e terá sido esse facto que desencadeou o pedido de insolvência.
A fabricante francesa solicitou a insolvência com vista à recuperação. "A requerente pediu que lhe seja entregue a administração da massa insolvente (...) e comprometeu-se a apresentar um plano que preveja a continuidade da exploração da empresa por si própria", refere a sentença.
No entanto, o presidente da AICEP não está optimista, afirmando que tem dúvidas que a recuperação da empresa seja possível.
Se os credores decidirem liquidar a empresa, a AICEP não será a única entidade a ressarcir. A Dyn’aero também recebeu apoios do Fundo Social Europeu (que reclama dívidas de 370 mil euros) e falhou pagamentos, ainda que mais residuais, a fornecedores.
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