Com certa incidência nos meses de verão, perante o já natural desconhecimento e desinteresse das cúpulas culturais, são vários os pontos do país onde, em clima de festa, se fala da nossa História, não da que foi escrita nos campos de batalha, mas daquela que é a expressão da natural das maneiras de ser e de estar das gentes de antigamente .Isto é, da nossa “identidade cultural”
Estamos em 16 de Junho de 2012,e quatro “espaços etnográficos” marcaram encontro em terras do Douro Litoral, mas concretamente em “Fermedo e Mato”.
Diga-se entretanto que o Douro Litoral é uma antiga província (ou região natural) portuguesa, formalmente instituída por uma reforma administrativa havida em 1936. No entanto, as províncias nunca tiveram qualquer atribuição prática, e desapareceram do vocabulário administrativo (ainda que não do vocabulário quotidiano dos portugueses) com a entrada em vigor da Constituição de 1976.
O Grupo de Danças e Cantares de Fermêdo e Mato, é o anfitrião
. As músicas do repertório, são as que mais se adaptam a realidade do início do século XX. As violas braguesas, os cavaquinhos e o bumbo, ditavam o ritmo onde eventualmente aparecia um harmônio a soar as suas notas. O trajar de trabalho com tecidos rústicos, de estopa, serguilha e os trajes domingueiros, possuem características próprias pela proximidade e interferências culturais e comerciais no início do século com a "Vila da Feira", hoje nomeada Santa
A Rabela, o Vira Velho, o Vira Serrado, o Malhão, a Tirana, a Ciranda entre muitas outras fazem parte do respectivo repertório.
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Entretanto e do Alto Alentejo, mais concretamente da zona de transição Alentejo/Ribatejo chega o Rancho Folclórico de Montargil, que na opinião de um sociólogo e historiador, apresenta a junção da alma alentejana com a rica charneca ribatejana.
Trajo pobre mas de grande riqueza etnográfica; cantares em que sobressaem as bonitas “ saias do Alentejo”;”modas” bailadas que ora puxam à elegância ora à destreza; sendo ainda que por infuência do encontro de outras culturas aqui se fixaram também o Fandango e o Corridinho.
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Mas o desfile continua, e da parte mais ocidental da Beira Alta vem o Rancho Folclórico de Nespereira
Refira-se,entretanto,que a aldeia de Nespereira está inserida na Região de Lafões, Concelho de Oliveira de Frades. Região afamada pelo Vinho Verde, Vitela de Lafões e Cabrito da Gralheira.
Num passado recente, os rapazes e raparigas encontravam-se, espontaneamente, no adro da capela, numa eira ou num terreiro e, ao som do "estrondo" realizava-se o baile. Eram, essencialmente, danças de roda e viras. Mais tarde, surgem os entremezes, representações teatrais, que chegaram a ser apresentadas na capital do país para os nossos conterrâneos e não só.
As danças que consideram mais características são: «Vira flor», «Agora é que pinta o bago», «Estas é que são as saias», «Hei-de pedir à Virgem», «Vira Valseado Os trajes que apresentam são de Romaria, de Feira, de Trabalho, Moleiros e Domingueiro.
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E a terminar esta “Mostra de Cultura Tradicional” chega a vez do Grupo Folclórico da Casa do Povo de Cacia
Vem da Região do Baixo Vouga( concelho de Aveiro)
.Os viras, canas verdes e modinhas de roda que o grupo exibe, eram dançadas nos serões que se faziam em Cacia, a caminho das romarias da região, no final dos trabalhos do campo e aos domingos, nos adros das capelas. Os trajes que o grupo apresenta, são cópias fiéis dos séculos XVIII, XIX e XX; e neles se destacam os trajes ricos, trajes de trabalho ligados ao campo e ao rio e trajes de romaria.
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Temos assim ,quatro “espaços etnográficos”,quatro diferentes maneiras de ser e de estar