Março amoroso, Abril chuvoso, Maio venturoso, fazem o ano formoso.
Janeiro geoso, Fevereiro nevoso, Março molinhoso, Abril chuvoso, Maio ventoso, fazem o ano famoso.
Janeiro gradeiro, Fevereiro rego cheio, Março amoroso, Abril chuvoso, fazem o ano formoso.
Mas outros ditos populares indicam o que é esperado neste mês em que o Inverno acaba e a Primavera começa:
Em Março, tanto durmo como faço, o que indica que os dias cresceram e passam a ser iguais às noites.
Enxame em Março, apanha-o no regaço. Nesta altura o frio que resta do Inverno faz com que o apicultor tenha especial esmero no trato das abelhas.
Espiga de Março, não chega ao saco. É bom que as searas ainda não estejam muito adiantadas, por via do possível tempo gélido que tudo pode fazer perder.
Março marçagão, de manhã inverno, à tarde verão, em sinal do tempo instável que se faz sentir.
Março virado de rabo é pior que o diabo, em aviso a possível invernia.
Se o Março vem bravo, não fica orelha nem rabo, noutro alerta para eventuais tempestades.
Não há Março sem Quaresma, nem Quaresma sem cieiro. E cieiro aqui significa o vento frio e seco, vindo de nordeste (de Espanha nem bom vento nem bom casamento), que provoca gretas e feridas nos lábios.
O grão em Março, nem na terra, nem no saco, porque a incerteza da meteorologia aconselha a que se preparem as sementeiras mas não indica que se lance a semente à terra.
Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz, em mais um sinal de bom ano se a natureza der sinais de tempo amoroso.
Quem em Março não merenda, à morte se encomenda, porque os dias a crescer, e a merenda regressa a meio da tarde, ficando até ao final do verão.
Quem em Março sereou, tarde acordou, mas quem a sua maçaroca fiou, com ela se achou. Mais um aceno para a justa medida dos dias e das noites, que nesta altura são de tempo equivalente.
Quem não poda em Março é madraço, ou, quem não poda em Março, vindima no regaço, em aviso a uma última oportunidade para o lavrador relapso tratar das vinhas e dos pomares.
Sol de Março, queima a dama no paço, porque são chegados os dias de forte e perigosa résca.
Paulo Leitão Batista
In
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