O NOSSO
Património
Se é um desencanto constatar, que agarrada a um individualismo castrante –e salvo raríssimas excepções --,uma população se alheia de facto pelo desenvolvimento da sua terra, é igualmente frustrante que essa mesma população não se sinta sensibilizada para defender os valores que caracterizam a mesma .E, quando se fura o alheamento, invocam-se razões
que a própria razão desconhece.
E, por mais que nos custe, é este o “diagnóstico” feito a Montargil por um cidadão atento e isento.
Aqui há uns bons anos já, o arquitecto José António de Sousa Macedo deixava o aviso de que Montargil era uma terra bonita ,mas começavam a aparecer coisas que podiam fazer alterar no sentido para pior, e entre outras oportunas “recomendações” considerava que “ o Outeiro deveria ser considerada de interesse cultural” e de “que pelo menos aquela zona ali junto à Igreja de S. Sebastião deveria ser considerada de interesse concelhio” tendo em vista o então PDM em preparação.
Entretanto, permitam-me um desabafo, pois não me quiseram ouvir quando a Guarita era um Ex_Libri da nossa terra, e era possível comprar o Moinho e espaço rodeante; igualmente não me quiseram ouvir quando comecei a falar no Outeiro e na sua casa mais emblemática. Hoje a situação é diferente….
O mal está feito, mas não nos esqueçamos do mesmo pelo, menos como memória. Sendo que hoje escrevemos, essencialmente, para que todos, mas todos ----independentemente de opções político-partidárias, opções religiosas, situação social— nos sentemos à mesma mesa e salvemos o Outeiro de mais degradação arquitectónica (de ambiente), não deixemos que se percam essas jóias do nosso património que são as Capelas. E aqui, quando se fala em Capelas, não entendam as mesmas apenas como espaço de culto da religião católica, mas como património de toda a comunidade já que fazendo parte da sua História.
LIno Mendes