Festa
no Monte
Quando hoje se fala do“Monte da Raposinha” não se pode ignorar um novo vinho de qualidade, já premiado, e que vem confirmar a excelente qualidade de terras que aqui existem para a referida produção.Aliás, dizia pleno de entusiasmo o respectivo produtor, se Montargil já foi uma grande terra de pêssegos, porque não há-de vir a ser uma grande terra de vinho?
Mas mudando de assunto, entrámos ali agora pela primeira vez, porque havia festa.Centena e meia de comensais, nomeadamente de Coimbra e do Porto vieram festejar o aniversário dos proprietários, já decorridos, mas neste dia festejados em conjunto.Connosco ia a “animação”— alguns realejos e uma concertina—no âmbito da cooperação que vem acontecendo.
O Grupo de Realejos confirmou que de facto está a entrar numa nova fase— Libório, João e Joaquim Marques, Custódio Alves, Bernardino Balança e João Brites— enquanto o José Gato mostrou todo o seu virtuosismo.Mas a estes juntaram-se alguns dos convivas, e cantou-se então o Fado de Coimbra, cantaram-se as “Saias”, cantou-se Zé Afonso.É isto que é bonito, diziam-me.
O dono de uma “casa de fados”de Coimbra, quer lá os realejos e as concertinas, enquanto um alentejano de Coimbra quer saber quando o nosso Rancho vai a Souselas, para ver se pode passar por lá--- é tudo isto que resulta da cultura popular e da tradição.
Refira-se entretanto que o “monte” em que o novo vinho é produzido e engarrafado, integra uma herdade familiar desde os finais do século XVIII, e a designação de Raposinha nasce do facto de ser este o termo com que carinhosamente a DrªMaria do Rosário Sousa Ataíde (casada com o Dr.Nuno Ângelo Ataíde) era tratada pelo pai( Dr.Pedro de Sousa,figura prestigiosa da terra e médico altamente considerado em Coimbra).E foi com igual carinho que foi crescendo no sonho da plantação de uma vinha.E aí temos já hoje o fruto desse sonho—um vinho de qualidade”.Quanto ao vinho tinto, é um produto tipicamente alentejano, pleno de aromas, volumoso na boca, com taninos evidentes e equilibrados e com apreciável touriga fazendo jus às castas nobres da região (palavras de especialistas).
Quanto ao vinho rosé dizem-me ser excelente como aperitivo e para acompanhar uma refeição leve, enquanto o branco é ideal para entradas, peixes e mariscos.