lino mendes Admin
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| Assunto: ANTONIO ALEIXO Ter Dez 21, 2010 4:18 pm | |
| ANTONIO ALEIXO O poeta daGente
Foi, sem dúvida, e como alguém afirmou, “um olhar irreverente sobre a sociedade portuguesa. Sendo incontornável que“sob o «ler, escrever e contar» da sua modesta escolaridade, escondia-se o vulto notável de um poeta insigne que, na profundidade filosófica dos seus versos, ditou ao mundo um conceito muito pessoal da própria vida”Mas é de forma modesta que ele próprio se define ao afirmar que Não sou esperto nem bruto, nem bem nem mal educado, sou simplesmente um produto do meio em que fui criado
Quase analfabeto, teve no entanto quem lhe reconhecesse o mérito, destacando-se nesse campo o Dr. Joaquim Magalhães, que recolheu e publicou parte da sua obra. Por isso Aleixo dizia que : Não há nenhum milionário Que seja feliz como eu: Tenho como secretário Um professor do liceu.
Não sei se por cá terá havido, quem por palavras simples tanto tenha dito , e ele até considerava que não tinha vistas largas nem grande sabedoria, mas que nas horas más recebera, lições de filosofia.
Ora, quem não compreende as suas mensagens?
À guerra não ligues meia, porque alguns grandes da terra, vendo a guerra em terra alheia, não querem que acabe a
Sei que pareço um ladrão... mas há muitos que eu conheço que, não parecendo o que são, são aquilo que eu pareço. Enquanto o homem pensar que vale mais que outro homem, são como os cães a ladrar, não deixam comer, nem comem. O mundo só pode ser melhor do que até aqui, quando consigas fazer mais p'los outros que por ti!
Mentiu com habilidade, fez quantas mentiras quis; agora fala verdade ninguém crê no que ele diz.
Sei que umas quadras são conselhos que vos dou de boa fé; outras são finos espelhos onde o leitor vê quem é.
Nasceu em 1889 e quando morre em 1949,leva consigo o grande desgosto de ver morrer uma filha por carência de tratamento. Homem de grandes vivências --soldado, polícia, tecelão,pastor, cauteleiro,”cantador e tocador por feiras e mercados”—alargou os seus horizontes ao emigrar.
Sobre António Aleixo escreveu-se:
“A sua produção poética é um manancial de sabedoria empírica que o poeta manuseia magistralmente e que o povo repete, saboreando, verso a verso, o gosto da palavra. Subjacente à sua criação, está toda uma sociedade povoada de vícios e mascarada de virtudes. Nos seus versos, encimados pela ironia, está sempre presente a crítica social mordaz, mas autêntica. Atento à realidade circundante, alude a todos os seus aspectos menos paradigmáticos e incongruentes, com uma perspicácia e argúcia únicas. A época em que viveu foi «radiografada» pelo talentoso poeta. Nos seus versos, focou todas as «mazelas» de que enfermava (e ainda enferma) a sociedade.”
«Este livro que vos deixo», «O Auto do Curandeiro», «O Auto da vida e da Morte», o incompleto «O Auto do Ti Joaquim» e «Inéditos»,são os títulos publicados, mas o seu espólio será muito mais vasto encontrando-se fgragmentado por todo o Algarve ,acontecendo ainda que quando da sua morte, por tuberculose,“vários cadernos seus foram cremados como meio de defesa contra o vírus infeccioso da doença que o vitimou, sem dúvida, um «sacrifício» impensado, levado a cabo no holocausto do medo. Foi esta uma perda irreparável de um património insubstituível no vasto mundo da literatura portuguesa.” LinoMendes | |
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