I Encontro
Montargil em Debate
Depois de alguns meses de gestação, o sonho tornava-se realidade, e aí tínhamos o I Encontro Montargil em Debate. Foi no fim-de-semana de 16 e 17 de Abril de 1988, que o mesmo nascia com o objectivo do aproximar dos muitos montargilenses que se encontravam dispersos, como ainda de debater sob o prisma do desenvolvimento, os problemas (carências e potencialidades) da nossa terra.
Foi uma ideia e uma realização do Grupo de Promoção, que para o efeito criou o Grupo de Reflexão Pró-Desenvolvimento de Montargil, que após algumas reuniões decidiu dividir o projecto em 4 áreas— Desenvolvimento Local, Ensino, Saúde e Cultura e Desporto. Foram inscritas as “comunicações” seguintes:
1) -Os Montargiilenses na literatura”(Dr.Prates Miguel)
2) -A preservação do Património Arqueológico (Drª Maria das Dores)
3) -Montargil de há 5000 anos até hoje (José Rafael)
4) -Promoção Cultural— passado, presente e futuro (Lino Mendes)
5) -Acção Desportiva—o que somos, o que podemos ser(António Mendes)
6) -Viveiros de peixe (Dr.Artur Duarte— representante do INIP)
7) -Turismo em Montargil— uma vila a não esquecer (Lino Mendes)
-Para Alfabetizar— há que sensibilizar(Lino Mendes)
As conclusões foram as seguintes:
1) -Que o “Encontro” se realize de dois em dois anos, intercalando com um “Encontro de Defesa do Património”;
2) -Que se mantenha o “ Grupo de Reflexão Pró-Desenvolvimento de Montargil”, aberto a todas as pessoas que de algum modo se proponham reflectir sobre os problemas, carências e potencialidades da terra;
3) -A necessidade de um “Animador” a tempo inteiro e a formação de quadros específicos, inicialmente para animadores benévolos, para que seja possível concretizar tanto o PLANO CULTURAL como o PLANO DESPORTIVO apresentados, e elaborados face às realidades locais;
4) -Foi positivo o interesse manifesto da comunidade, em se intensificar o trabalho de reorganizar a BANDA DE MÚSICA, o qual está a ser levado a efeito pelo Grupo de Promoção;
5) —Que se constitua uma Comissão Pró-Museu de Montargil(Arqueológico e Etnográfico).Considerando-se ainda que o respectivo edifício deverá enquadrar-se num Eco-Museu
6) -Diversas acções devem ser realizadas no sentido da preservação do rico património arqueológico de Montargil, nomeadamente:
a) -Sensibilização das populações com projecção de dispositivos, e divulgação de informação; b)-Participação activa da população na conservação do património)c) -Exposição com o material proveniente de Montargil e disperso por vários Museus; d)-Classificação do património como monumentos de interesse concelhio; e)-Desenhar as “Antas” como meio de preservar as informações;
7)- A existência de um POSTO DE TURISMO torna-se importante para uma maior amplitude do desenvolvimento turístico, e que a Vila não pode ser ignorada em tal campo, Vila que se tornaria ponto de passagem caso o MOINHO DA GUARITA fosse reconstituído, e no local se instalassem ainda outros motivos de interesse. De considerar ainda neste campo, o desejado ECO-MUSEU;
-Que dado as águas da Barragem reunirem condições para a criação de peixe em “jaulas flutuantes”, se sensibilize no sentido da respectiva instalação;
9) -A importância do associativismo nos domínios da pecuária, sendo urgente uma sensibilização para a realização de acções integradas;
10) -Apontando-se embora o Turismo como o sector que de imediato pode promover o desenvolvimento local, considera-se no entanto que, como geradora de novos postos de trabalho e conseguinte fixação de pessoas à terra, a urgente instalação de unidades fabris, transformadoras de produtos locais. Referindo-se ainda ser Montargil a primeira zona de pomares, e uma das primeiras de cortiça;
11) —A necessidade no campo do Ensino, de se sensibilizarem os pais no sentido se inscreverem os filhos no Ensino Pré-Primário,e de um melhor acompanhamento da vida escolar; no campo da Educação de Adultos, que se sensibilizem não só os que ainda hoje não sabem escrever, como ainda os que, tendo feito a escolaridade obrigatória, entraram posteriormente numa fase de regressão;
12) -Ainda no campo do Ensino, concluiu-se haver condições para a criação de uma Escola do Ensino Básico ( até ao 9º ano)e sugere-se que a mesma seja, com base no 4 do Artº 8º da Lei de Bases, com reforço artístico ou desportivo. Sugerindo-se ainda que seja dada preferência à Música, dadas as tradições musicais locais;
13) -Que se incentivem os jovens e não só, a escreverem temas que a Montargil digam respeito, registando-se assim para a posteridade, pedaços de História desta Terra;
14)-Que se tente a geminação com a cidade francesa de Montargis, dada a relação histórica que, tudo o indica, parece haver com a mesma;
15) — Sensibilizar os restantes “núcleos populacionais” desta freguesia, para que em futuros “Encontros” os mesmos participem através da apresentação de “comunicações”;
16) -Sensibilizar igualmente a “juventude”, no sentido de que a mesma coloque em debate os problemas que a afectam.
Montargil, 17 de Abril de 1988
Em todas as sessões as Autarquias estiveram representadas, sendo posteriormente as “conclusões” enviadas às “entidades competentes.” Constata-se no entanto que excepção feita à Banda de Música e à Escola do Ensino Básico” as restantes alíneas continuam actuais. Ressalve-se no entanto no que respeita *a “História de Montargil”,já que possuímos o material necessário em fase de revisão.