| RIMAS... | |
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Autor | Mensagem |
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: RIMAS... Qui Set 16, 2010 1:42 am | |
| PENSAMENTOS
Não temas inimigos verdadeiros Pois conheces os seus perigos, Mas cuidado com os matreiros Que se fazem passar por amigos. Cuidado com quem te saúda Mas não te olha de frente, Nem esperes que te acuda Quem não vem de boa semente. Não julgues o mal nutrido Nem o olhes por cima dos ombros, Há muito segredo escondido Numa casa em escombros. Não acredites sem fundamento No que te prometem alegremente, O seu incumprimento Deixar-te-á menos descontente. Uma luz na escuridão Pode não vir do farol, Muitas vezes a ilusão É que nos rouba o sol.
Aníbal Lopes Set/2010
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Set 16, 2010 1:47 am | |
| ENCONTRO IMEDIATO
Emocionante visão do Paraíso Qual Éden feito sedução Rosto aberto, num sorriso Despertando recordação
Aquele inesperado desejo Apanhou-me desprevenido O que sinto quando a vejo Não faz qualquer sentido
Porque me sinto sitiado E conhecendo a razão Passo-me por determinado Disfarçando a rendição
Este cavaleiro andante Vivendo das suas memórias Não passa de um farsante Inventando as suas histórias
Mas sendo a vida para ser vivida Deve ser temida a memória? Ou será que a vida está contida Sem história, irrisória e ilusória?
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Set 16, 2010 1:51 am | |
| EU TE SAÚDO MESTRE
Ele era um homem do bem Falava de Montargil embevecido Mas entre gente que memória não tem Foi rapidamente esquecido
Nos jornais, falava da sua terra Entre amigos, falava de um mundo novo Houve quem lhe declarasse guerra Por ser do lado do Povo
Conhecia-o bem, e de perto E distribuía os jornais onde escrevia Homem justo, crente, de duvidas liberto Escutei sempre o que dizia
Era eu que recortava dos jornais As noticias de Montargil, publicadas Acidentes, falecimentos e o voo dos pardais Motivavam as noticias enviadas
Sabia da vida, do Mundo e da história Lia livros, jornais, e tinha opinião Se dele pouco resta na memória É porque a história nem sempre tem razão
Dizia sem ter medo de dizer Não aceitou imposições, foi destemido Se reconhecer-lhe mérito, é um dever Tenho dever cumprido
Aníbal Lopes
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Set 16, 2010 1:56 am | |
| DESESPERO
A esperança não se abate Nem pode ficar cativa. Se for preciso o resgate, Ou uma posição mais activa Numa situação de carência, pode justificar a opção de usar de violência para obter a razão.
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Antonio Mendes
Número de Mensagens : 823 Data de inscrição : 24/07/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Set 16, 2010 11:09 am | |
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Luís Manso
Número de Mensagens : 435 Idade : 62 Localização : Montargil Data de inscrição : 22/07/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Set 16, 2010 5:26 pm | |
| Que bela forma de exprimir o que nos vai na alma… Que bela forma de utilizar as palavras… Que belos sentimentos nos provocam… Aníbal, deve fazê-lo mais vezes… (tem o dever de o fazer) … os seus conterrâneos agradecem-lhe… | |
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Set 16, 2010 6:35 pm | |
| Caro Professor, obrigado pelas suas palavras. Não me sinto nem sou assim tão relevante. Mas claro que me sinto feliz se houver quem goste do que escrevo.
Abraço. | |
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lino mendes Admin
Número de Mensagens : 869 Data de inscrição : 27/06/2008
| Assunto: RIMAS Seg Set 20, 2010 8:15 pm | |
| Caro Aníbal
Só agora li o poema.Mas já sabes o que penso de tudo o que escreves.
Excelente!
Um abraço Lino Mendes | |
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: O AMOR É... Qui Set 30, 2010 12:32 am | |
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O amor não se condena nem vale a pena contraria-lo. Apenas aceita-lo.
Quantas vezes contraditório Quantas vezes inglório Quantas vezes fascinante Quantas vezes obsessivo Quantas vezes possessivo Quantas vezes vacilante
Por vezes o amor é estranho não se consegue ver o tamanho mas é tão evidente. Ás vezes sem fortuna Sem nada que o una acabando por ficar doente.
Estranha forma de sentir este glorioso sentimento, não se pode prevenir nem escolher o momento. Mas ele é a força da vida e a razão da nossa existência; Não tem forma definida, nem conhece a prudência.
É capaz de mover montanhas e ter a ternura de quem afaga. Chega a doer até às entranhas mas tem uma luz que não se apaga. Não se vive sem amor mesmo que faça sofrer; Há quem recuse o seu calor, mas isso não é viver.
Aníbal Lopes Set/2010
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lino mendes Admin
Número de Mensagens : 869 Data de inscrição : 27/06/2008
| Assunto: RIMAS Qui Set 30, 2010 2:06 pm | |
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Caro Aníbal
Muito bem e obrigado!
Um abraço
LINO
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lino mendes Admin
Número de Mensagens : 869 Data de inscrição : 27/06/2008
| Assunto: AMIGO PINA Qui Set 30, 2010 2:09 pm | |
| Caro ANÍBAL
Estou contigo quando lembras o Amigo Pina.
Um abraço
Lino | |
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Set 30, 2010 3:07 pm | |
| Caro amigo e Sr. Lino, num tempo em que se valoriza a cultura, e muito bem; Num tempo em que todos nós pagamos a cultura, e muito bem; Num tempo em que a ausência de cultura promove o preconceito e a intolerância, é intolerante que se esqueça quem tentou remar contra a maré, nos dias negros do obscurantismo. Nenhum edifício moderno terá futuro, se algum dos seus antigos pilares ficar esquecido. Mais tarde ou mais cedo, a história pedirá contas a todos.
Um abraço sentido de um amigo de sempre,
Aníbal | |
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Set 30, 2010 8:55 pm | |
| Sem nome...
Eu sou a bigorna e o martelo os meus braços são o cabo da enxada da corrente, sou mais um elo e semeio a terra lavrada
Eu esventro aterra e de lá retiro riqueza sou eu que faço a guerra que serve o interesse da nobreza
Eu pago o imposto e enriqueço a Nação limpo o suar do rosto e construo a casa do patrão
Eu sou do campo nascido lá para o começo do Outono não aceito ter dono nem me dou por vencido
É na luta que está o salvamento e na força da minha busca hei-de vencer a força que me ofusca porque sou eu o verdadeiro fermento
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Dom Out 03, 2010 1:11 am | |
| Virá o dia em que dirás: O que fazes aqui? quem te chamou? Digo-te: Eu venho lá de trás queiras ou não , aqui estou
Dirás: fui eu que abri este caminho! Direi: mas também quero passar. Dirás: Mas vens sozinho? Direi: venho com quem me acompanhar.
Mas então quem te acompanha? O desejo de ser lembrado. Mas que companhia tão estranha!! Olha que não!! estás enganado.
Enganado, eu??como assim? Porque não podes falar por mim, porque não é só a tua opinião que importa, porque não és dono do caminho. porque não podes viver sozinho. e porque há mais mundo depois da tua porta.
...porque este é também o meu lugar.
Aníbal
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Um reino na minha rua Qui Out 07, 2010 3:40 pm | |
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Eu sou o Rei da minha rua E fui coroado no meu quintal. A minha coroa vai nua E nada tem de especial.
Mas olhai que de verdade O meu Reino é uma Nação. É pobre a sua majestade Mas é grande a minha imaginação.
Adoro as caçadas reais E tenho grandes coutadas Que ficam noutros quintais, E foram por mim inventadas.
No meu reino perdura A fama da minha valentia. Só não usei armadura, Porque com ela não podia.
Pois que morra o homem e fique a fama Aqui deixo a minha súplica; Se a minha monarquia não se proclama, Serei o Rei da Republica.
Aníbal Out/2010
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Ter Out 19, 2010 1:51 pm | |
| ESCOLHER…
A promessa de mudar de vida Feita esperança traída Tornou-se o nosso fado. Se te resta esperança na alma Aproveita essa tarde calma, Mas pensa bem, tem cuidado. Qualquer Domingo à tarde Quando chove ou o sol arde É bom para um novo resultado: Escolher com razão Entre quem distribui o pão E o que tem o pão guardado.
Aníbal | |
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Poema do Hortelão Seg Nov 01, 2010 2:49 pm | |
| Cheira a salsa e hortelã e a flor de laranjeira, cheira à brisa da manhã e a amor, como cheira!
Cheira a terra cavada, cheira a suor no rosto, ouve-se o bater da enxada até ao cair do sol posto.
Semeia-se semente de vida, colhe-se cearas de pão. A tarefa é comprida até se guardar o grão.
Na ceara ou na horta, no Inverno ou no Verão, o tempo não importa na vida do hortelão. | |
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qui Nov 11, 2010 2:03 am | |
| A FORÇA DA RAZÃO
O amigo que me dá a mão cerrada Dá-me também a força que liberta. Contra os que nos fecham a estrada A nossa vontade de ter a estrada aberta.
Por muito difícil que se torne O poder que nos enfrenta, A nossa reacção será conforme E venceremos a tormenta.
Contra quem nos veda a passagem Havemos de encontrar saída, Faremos da vontade, coragem. Não queremos vontade proibida
Assim possamos acreditar Na força da nossa vontade, Só unidos podemos conquistar O direito à justiça de verdade.
Aníbal Lopes NOV/2010
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Sex Dez 03, 2010 2:53 am | |
| CONFIANÇA
Esta vida composta de fatalidade amanhece de céu cinzento. Não se pode reverter a enfermidade fazendo do queixume argumento, mas despindo-me do sofrimento e pondo de lado a mágoa, abrirei a porta a nova morada, ao murmúrio afável da água, e afasto o fio da espada. E o que de fatal se tinha por certo dissipa-se na força da esperança ficando cada vez mais perto a razão para a confiança. E mesmo que amanheça sem versos a vida há-de brotar semente, juntaremos os sentimentos dispersos comungando a alegria que então se sente.
Mora, Dez/10
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: DESESPERO Sáb Dez 11, 2010 12:47 am | |
| Tenho o coração cheio de tristeza. A lágrima que me percorre a face, não me traz alivio, Mas antes salga o azedume que me invade. Não sei o que fazer, e isso assusta-me cada vez mais. Sinto-me impotente, incapaz, e tenho medo. Medo do futuro, medo de perder o que não consegui acabar. Medo de não suportar o desespero, de não tomar a decisão certa. Sinto como inútil tudo o que fiz, inútil tudo o que tentei. Sinto que eu próprio sou a inutilidade. Não me pareço culpado, mas só posso ser. Sim, sou culpado. Acho mesmo que sou culpado de ter nascido. Vivi na ilusão. Sou uma ilusão. Sou uma desilusão.
DEZ/2010
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Sáb Jan 29, 2011 2:36 pm | |
| SONHOS QUE SONHEI
A auréola do passado Em nada me ajuda agora. Da lembrança que em menino se adora Não sobrou qualquer legado, E a lágrima que me sulca o rosto É apenas o oposto Do que me foi prometido Pelos sonhos que sonhei, Pelas portas onde entrei, Mas que não pagaram o devido. E porque me atrevi a sonhar Sem para tanto estar habilitado, Fui impedido de voar E como tal, castigado. Mas sendo a esperança salvação E a vontade determinante, Apelo ao meu coração Que seja resistente bastante.
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lino mendes Admin
Número de Mensagens : 869 Data de inscrição : 27/06/2008
| Assunto: OBRIGADO ANIBAL Sáb Jan 29, 2011 3:38 pm | |
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OBRIGADO ANÍBAL, PELA VALIOSA COLABORAÇÃO QUE NOS VAIS OFERECENDO
UM ABRAÇO LINO MENDES
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: BAÚ DE RECORDAÇÔES Ter Mar 01, 2011 9:16 pm | |
| Dentro da mala desconjuntada Mas cuidadosamente guardada, Onde fechei alguns dos meus segredos Acompanhados por vivências por resolver, É também onde vou esconder Os meus receios e medos. Guardo também outros sentimentos, Bons e maus momentos E muitos sonhos por acontecer. Também segredos bem escondidos, Desejos e sofrimentos não divididos E lembranças que não se podem ver. Cubro a tristeza com rugas, Embrulho a dor e outras purgas Por já não caberem na mala. A ilusão jamais acontecida E a esperança de todo perdida, Essa, não tenho onde guarda-la. Procurei avidamente Nesse tempo de antigamente A tão desejada morada. Foi escolhido outro caminho, Acabei por ficar sozinho Ao encontrar a porta fechada. Talvez encontre um cantinho Para o tão sonhado carinho, Lá para os lados da saudade. A desilusão acumulada, Também pode ser guardada Envolvida em ingenuidade.
Aníbal Lopes Março/2011
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Antonio Mendes
Número de Mensagens : 823 Data de inscrição : 24/07/2008
| Assunto: Re: RIMAS... Qua Mar 02, 2011 2:54 pm | |
| Muito bem.
Esperemos que participe nos Jogos literários 2011. | |
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Aníbal
Número de Mensagens : 71 Localização : MORA Data de inscrição : 30/10/2008
| Assunto: INTROSPECÇÃO Qua maio 25, 2011 10:44 pm | |
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Fazendo rima Rumo ao verso Remo contra o adverso Rasgo o tempo que se aproxima.
Empilho pedaços de memória Como balsâmicos unguentos, E de todos esses momentos Se constrói uma história. Pego em aromas do passado Uns de acácia, outros de Hortênsia, E do odor de tal essência Não saiu perfume acabado. Dos prazeres fugazes, Não sobrou nem lembrança Nenhuns são capazes De lembrar alguma esperança. Vivi sempre na margem Do futuro organizado, Mas nunca me faltou coragem Em terreno tão minado. Dos traumas antigos Fiz armadura resistente, E dos falsos amigos Vigilância permanente. Sou pois, um sobrevivente Nascido em plano inclinado, Mas esse plano transcendente, Nunca se inclinou para o meu lado.
Aníbal Lopes Mora, Maio de 2011
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