QUOTIDIANOS
da Vida
A falta de segurança com que hoje nos debatemos, era coisa que não existia há umas seis ou sete décadas. De tal maneira que na maioria das casas a chave estava na porta até altas horas da noite. Mas uma outra coisa acontecia, hoje naturalmente impensável --venda do ouro porta a porta.
Ainda me lembro do senhor Amadeu, avô do João e do Carlos Manata, andar de bicicleta a pedais, por estradas e caminhos, trazendo no suporte da mesma a caixa com o ouro. E era assim que a prestações algumas casas iam comprando os fios e pulseiras que desejavam, que no dia certo o senhor Amadeu lá estava para receber as prestações.
E, diga-se também, que quem comprava pagava. É caso por isso para dizer, plagiando um pouco Júlio Dantas como é diferente o valor da palavra em Portugal.
Lino Mendes