DA MINHA JANELA

Assunto: DA MINHA JANELA Dom maio 01, 2011 11:29 pm

Nos meus tempos de ingénuo idealista, considerava

a“política”como a ciência que procura estabelecer mecanismos que garantam o bem comum; mas a realidade, os comportamentos, levam-nos hoje a concluir que se trata afinal da arte de melhor enganar o povo;e se a afirmação de que “os políticos são todos iguais” terá um tanto de injustiça , naturalmente haverá políticos sérios ou que pretendam sê-lo—a verdade é que, qual filósofo de candeia acesa, sem resultados venho tentando encontrar os diferentes.
É evidente que não está em jogo o espírito do 25 de Abril, foi no entanto cometido o erro de cedo de mais o País ter sido entregue ao “poder civil”, que não só o não soube gerir como alguns ainda o fizeram em proveito próprio. Os partidos falharam, --alguém consegue governar com maioria relativa? -- e se de facto são fundamentais para a democracia , têm que rever as suas estruturas ,a maneira de estar em democracia ,acabar com o clientelismo e com a acepção de que quem não está comigo está contra mim.
O País está mal, dizem-me, mas muitos portugueses estão muito bem. No entanto os pobres cada vez estão mais pobres, os ricos cada vez mais ricos. E onde está uma gota que seja de humanismo naqueles que nos governam, que cada vez mais asfixiam os que já não vivem, antes vegetam, não tendo em atenção uma mais equitativa distribuição da riqueza.
Entretanto:
Quando dos cortes na função pública, os senhores deputados também foram abrangidos mas, curiosamente, ficaram a ganhar mais. Bastou tirar dum lado e meter no outro, aumentaram-se as despesas de representação, e está o assunto resolvido. E algum dos senhores deputados protestou, mesmo desses que andam sempre com o povo na boca? Lembram-se quando se falou em reduzir o número de deputados que se teve que pôr uma pedra sobre o assunto?
Depois…
Sabe-se que com a lei actual a corrupção não será impedida, quando constitui o maior mal com que a nossa economia se debate e não nos permite ter um bom nível de vida. Não é estranho por isso mesmo, o desinteresse que os nossos políticos demonstram sobre a elaboração de leis eficazes? Oliveira Martins e Maria José Morgado bem clamam…
Depois ainda…
São os ordenados imorais dos administradores, a substituição de frotas, o prémio a esses mesmos administradores mesmo quando as empresas dão prejuízos, os privilégios e mordomias ,o despesismo mesmo com coisas supérfluas, despesas particulares que nós pagamos; perdeu-se de facto o bom senso, ou como diz o meu vizinho, perdeu-se a vergonha.
Amigos leitores, há muita gente a sofrer, a passar muito mal ,a não poder trazer da Farmácia os medicamentos receitados, se o médico receitou dois comprimidos por dia tomam um e pronto.
Mas o país não pode deixar de acreditar que mais uma vez vai dar volta à situação. Mas como diz o filósofo J. Gil necessitamos de um Governo com autoridade, que não autoritário. Um Governo que seja responsabilizado por uma gestão danosa.

LINO MENDES

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