Fontes próximas do cantor dizem que Michael Jackson reagiu mal a uma injecção para as dores. O advogado confirmou o uso de medicamentos e comparou o caso à morte de Anne Nicole-Smith, vítima de “overdose” de medicamentos. A Polícia revistou a casa do cantor e está a investigar, mas só o exame toxicológico pode dissipar as suspeitas que se avolumam.
O jornal “The Sun” revela que assessores de Jackson terão dito aos médicos de serviço de emergência do Hospital Universitário de Los Angeles que o cantor entrou em colapso após uma injecção para as dores, depois de um ensaio para os concertos de Londres. “Pouco depois de tomar Demerol, começou a respirar lentamente e com dificuldades”, conta o tablóide britânico, citando uma fonte próxima do artista. “Começou a respirar cada vez mais lentamente, até que parou”, acrescentou.
As revelações do “The Sun”, citadas inclusive pelo respeitável e circunspecto “The Times”, entroncam na polémica lançada pelas declarações, à CNN, de Brian Oxman, advogado da família Jackson. “O uso de medicamentos estava a interferir com a vida dele. As lesões que sofreu ao actuar, nomeadamente a vértebra partida e a perna partida numa queda do palco, estavam a atrapalhar”, argumentou.
"As pessoas que o acompanhavam permitiram-lhe ter acesso (a medicamentos). Se pensam que houve abusos no caso de Anne Nicole Smith, isso não é nada ao lado de que vimos na vida de Michael Jackson", acrescentou.
A antiga estrela e manequim da Playboy morreu em 2007, aos 39 anos, após uma "overdose" de medicamentos. Dois médicos e o advogado de Anne Nicole Smith são acusados, na Califórnia, por lhe terem dado, indevidamente, acesso a medicamentos.
"Não conheço a quantidade dos medicamentos que tomava, mas o que percebi pela família é que era significativa", acrescentou Oxman, referindo-se à morte, aos 50 anos, daquele que era conhecido como o "rei da Pop".
Resultados a exames toxicológicos fundamentais
A autópsia ao corpo de Michael Jackson foi marcada para esta sexta-feira, em Los Angeles. O corpo foi transportado de helicóptero do hospital para o instituto de Medicina Legal, mas as autoridades norte-americanas avisam que podem ser precisos vários dias para determinar, ao certo, a causa da morte do cantor.
A conclusão da autópsia, envolta já em alguma suspeita, só será conhecida após os resultados dos exames toxicológicos. Estes testes pretendem aferir se Jackson estava a tomar algum tipo de drogas, álcool ou mesmo se consumia alguma medicação prescrita legalmente.
Detectives do Departamento de Roubo e Homicídios da Polícia de Los Angeles revistaram a casa de “Jacko” em Holmby Hills, a pedido do chefe William Bratton. Uma “operação de rotina”, especificaram fontes policiais, citadas pela Agência Reuters.
Amigo "culpa" o stresse dos concertos
A morte "do rei da Pop" aconteceu quando o cantor treinava intensamente para o regresso aos palcos, este Verão, em Londres, com 50 concertos, o primeiro a 13 de Julho.
No fim de Maio, os organizadores anunciaram que o lançamento da série de concertos foi adiado alguns dias em Julho, assegurando contudo que esse facto não tinha "nada a ver" com o estado de saúde da estrela. No entanto
"Penso que o stress, a ansiedade e a paixão que mostrava, querendo fazer do seu regresso um êxito, o venceram (...) Talvez o stress o tenha morto, é o que penso", disse Uri Geller. Em declarações à BBC, o animador israelita, famoso pela sua aparente facilidade em torcer colheres perante as câmaras, utilizando apenas a força da mente, disse estar “destruído” pela morte de Jackson.
"Tento ainda guardar uma fraca esperança de que não seja verdade. É demasiado irreal para mim assimilar que Michael já não está connosco", acrescentou Uri Geller, que teve Jackson como testemunha quando renovou os votos de casamento, em 2001.
Morte não surpreende antigo porta-voz
Um antigo porta-voz de Jackson, Michael Levine, afirmou "não estar surpreendido" pela morte do cantor. "Devo confessar que não fiquei surpreendido pela notícia trágica de hoje", indicou numa mensagem de correio electrónico.
"O Michael seguiu um caminho incrivelmente difícil e muitas vezes de autodestruição. O seu talento era indiscutível mas o seu desconforto relativamente às regras deste Mundo também o era. Um ser humano não pode suportar tal nível de stress", acrescentou.
A morte de Jackson, adiantou o jornal "Los Angels Times", vai ser investigada por uma brigada de homicídios. Aparentemente, um procedimento comum, quando se trata da morte de figuras públicas.