O falar da nossa gente
Andar às gatas— andar a ver delas
Até ao lavar dos cestos é vindima— até ao fim do trabalho tudo pode acontecer;
Ainda agora a procissão vai no adro— ainda agora se começou;
Levar a água ao seu moinho— fazer aquilo que pretende;
Tenho eu a dar por um pau— tenho eu com fartura
Vais à cata---vais à procura;
Mal asado— desajeitado;
Uma catrefa – uma grande quantidade;
Vai todo “inchado— vai todo vaidoso;”
Dar de “almargio— desprezar;”
Mulheres da vida— prostitutas.
Lino Mendes
O PORQUÊ DOS “DIZERES
Como terá aparecido o termo “não perceber patavina”?
Explicam-me que “deriva do aparecimento dos frades italianos patavinos, originários de Pádua ou Padova, a Portugal. Os portugueses, como não os consaguiam entender, utilizavam esta expressarão para designar o facto de “não perceber nada”.
E a expressão “queimar as pestanas”?
É utilizada ainda nos dias de hoje, apesar do facto real que originou esta expressão já não ser usual. Foi, nicialmente uma frase ligada aos estudantes e designava aqueles que estudavam muito. Antes do aparecimento da electricidade, recorria-se a uma lamparina ou a uma vela para iluminação .A luz era fraca e ,por isso, era necessário colocá-las muito perto do texto quando se pretendia ler. Por isso, por vezes, queimavam as pestanas”
Fonte: Marta Carvalho e Luciana Araújo—Clube de Língua Portuguesa da Escola de Barrosinhos
Imprengil— Serviço de Informação e Divulgação Cultural do Grupo de Promoção